Minha Primeira Fender!
...29 de abril de 2015, quarta-feira. Mais um dia comum até então. Acordei, comecei a organizar as ferramentas e ver o que tinha pra fazer. Ligo o meu PC, entro no Facebook, vou até um grupo de negociações em instrumentos musicais e lá vejo um anúncio mal feito, sem muita explicação, com fotos mal tiradas de uma guitarra vermelha. Não havia sequer menção da marca da guitarra. O cara que anunciou ela sequer tinha noção do valor que poderia custar pra revenda, mesmo com vários arranhões e ferrugens. Pelas fotos de péssima qualidade imaginei primeiro que fosse uma Giannini Stratosonic. Olhando com mais cuidado vi ali que poderia ser uma Fender pelo nome gravado no headstock. Ao falar com ele por mensagem privada no Facebook confirmei minhas suspeitas: ele me disse que era "uma Fender velha e surrada, que foi fabricada no Brasil" e que ele estava vendendo muito barato porque ela estava mal cuidada. Eu nem quis saber, mesmo que a elétrica dela não estivesse funcionando eu estava determinado a pegar ela!
Tecnicamente falando, trava-se de uma Fender Stratocaster Southern Cross, feita provavelmente entre 1992 ou 1993, na cor 'candy apple red'. Essas guitarras foram fabricadas no Brasil no início dos anos 1990 e hoje em dia são raras. Quem quiser saber mais sobre essa série da Fender vou disponibilizar aqui um *link pra um outro blog que fez uma entrevista com o Carlos Assale, o responsável pela realização desse trabalho na época.
Realmente foi muita sorte, coisa de Deus mesmo! Disse a ele que guardasse a guitarra e removesse o anúncio que eu ia comprar ela sem dúvida alguma e o mais rápido possível. Ele me disse que só poderia se encontrar comigo às quinze horas. Eu como não sou besta, temendo que outros lhe fizessem uma oferta maior do que ele pedira no anúncio perguntei onde ele morava pra eu poder ir em sua casa buscar o instrumento. Marcamos num local próximo à casa dele e fechamos negócio. Tive que andar uns dez minutos debaixo de muito sol depois de descer do ônibus mas eu estava muito feliz, afinal era a realização de um velho sonho! Voltei pra casa sem acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Assim que peguei ela, pus na minha capa e voltei pra mesma parada de ônibus. No caminho liguei para o meu velho amigo Ewerton Mello (grande músico que conheço desde os tempos de escola) pra comunicar a boa nova! Ele ficou bastante feliz por mim.
Chegando em casa fui ver melhor os estragos na guitarra: vários arranhões na pintura, muita oxidação nas ferragens, braço empenado, faltando um knob em um dos potenciômetros de tonalidade, faltando outro knob na chave seletora dos captadores, faltando algumas molas dos saddles na ponte, mal contato ainda na chave seletora dos captadores... Mas era a minha Fender, mesmo vendo todos esses problemas eu estava muito feliz com a aquisição.
Desparafusei o escudo do corpo, substituí alguns parafusos inadequados, passei álcool isopropílico nos componentes eletrônicos, limpa contatos na chave seletora e tudo voltou a funcionar normal. desempenei o braço e logo ficou um aguitarra excelente pra se tocar!
Seguem algumas fotos dela, algumas foram tiradas assim que cheguei em casa com ela, outras depois de alguns ajustes:
Claro, ainda tem muita coisa se fazer, mas estou muito satisfeito com a aquisição, a ficha ainda não caiu! Como músico é um grande feito, pois no meio onde convivo, tocando na noite, fazendo gravações, conhecendo pessoas no meio musical, ter um instrumento de nome e com qualidade ajuda a fazer um certo marketing pessoal a meu favor. Claro, não estou dispensando aqui o fato de que um músico que quer estar no meio profissional precisa saber tocar bem, ter bom domínio do instrumento, mas, querendo ou não, ter um instrumento desse calibre ajuda, não é mesmo?
Na minha família, aprendi desde pequeno a ser grato a Deus pelas oportunidades que aprecem em nosso caminho. E como forma de gratidão a Deus por esse fato tão inesperado deixei pra tocar em publico com essa guitarra pela primeira vez em um culto de domingo na igreja em que eu e minha família congregamos.
No mais, é isso aí. À medida em que eu for fazendo ajustes, substituindo peças e reparando ela em geral postarei aqui no blog, pra quem quiser acompanhar. Até mais!
Nossa Fender é um sonho, mas, o que é isso escuro na escala da sua guitarra? tem como remover?
ResponderExcluirE aí mano, de boa? Então, essas manchas na escala são desgastes naturais ocasionados pelo uso, suor das mãos somado à sujeira que vai acumulando na escala. Sinceramente não me incomoda, acho até que dá um charme, é uma cicatriz natural, um reclic de verdade e não esses que a galera desesperantemente faz por aí em guitarra que saiu ontem da loja. Pra remover precisaria lixar e vernizar de novo, mas não quero fazer isso pois vai comprometer a originalidade da guitarra.
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